sábado, 11 de dezembro de 2010

EVANGELHO DE MATEUS

Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino. Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar. Os publicanos recebiam seus próprios salários cobrando uma fração a mais do que seu empregador exigia. O discípulo Mateus era um desses publicanos; ele coletava pedágio na estrada entre Damasco e Aco; sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade de, também, cobrar impostos dos pescadores.

O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9). Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mais rico do que o publicano típico.

Por causa da natureza de seu trabalho, temos certeza que Mateus sabia ler e escrever. Os documentos de papiro, relacionados com impostos, datados de cerca de 100 dC, indicam que os publicanos eram muito eficientes em matéria de cálculos.

Mateus pode ter tido algum grau de parentesco com o discípulo Tiago, visto que se diz de cada um deles ser "filho de Alfeu" (Mt 10.3; Mc 2.14). Às vezes Lucas usa o nome Levi para referir-se a Mateus (Lc 5.27-29). Daí alguns estudiosos crerem que o nome de Mateus era Levi antes de se decidir-se a seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu um novo nome, que significa "dádiva de Deus". Outros sugerem que Mateus era membro da tribo sacerdotal de Levi.

De todos os evangelhos, o de Mateus tem sido provavelmente, o de maior influência. A literatura cristã do segundo século faz mais citações do Evangelho de Mateus do que de qualquer outro. Os pais da igreja colocaram o Evangelho de Mateus no começo do cânon do NT provavelmente por causa do significado que lhes atribuíam. O relato de Mateus destaca Jesus como o cumprimento das profecias do AT. Acentua que Jesus era o Messias prometido.

O Evangelho Segundo Mateus, comumente abreviado para o Evangelho de Mateus, é um dos quatro evangelhos canônicos e é o primeiro livro do Novo Testamento. Este sinótico (junto com o Evangelho de Marcos e o Evangelho de Lucas) é um relato da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré.

O Evangelho de Mateus está muito alinhado com o judaísmo do primeiro século, e tem sido associado aos evangelhos judaico-cristãos; ressalta como Jesus cumpriu as profecias judaicas. Alguns detalhes da vida de Jesus, de sua infância, em particular, estão relacionados somente em Mateus. Seu evangelho é o único a mencionar a Igreja. Mateus também enfatiza a obediência e a preservação da lei bíblica. Uma vez que este evangelho tem prosa ritmada e muitas vezes poética, que ele é adequado para a leitura pública, tornando-se uma escolha popular litúrgica.

O Evangelho de Mateus pode ser dividido em cinco seções distintas: o Sermão da Montanha (cap. 5-7), as Instruções para a missão aos doze apóstolos (cap. 10), as três parábolas (cap. 13), instruções para a comunidade (cap. 18), o Sermão do Monte das Oliveiras (cap. 24-25).

Os Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas (conhecidos como os Evangelhos Sinóticos) incluem muitos dos mesmos episódios, muitas vezes, na mesma seqüência, e às vezes até na mesma formulação. A relação do Evangelho de Mateus com o de Marcos e o de Lucas é uma questão em aberto conhecida como o problema sinótico.

O Evangelho de Mateus contém cerca de 612 versículos dos 662 versículos do Evangelho de Marcos, e principalmente em exatamente a mesma ordem. Mateus, no entanto, muito frequentemente remove ou modifica a partir de frases redundantes ou palavras incomuns de Marcos e modifica as passagens do evangelho de Marcos que possam colocar Jesus em uma luz negativa (por exemplo, remover o comentário altamente crítico que Jesus "está fora de sua mente" em Marcos 3:21, removendo "não te importas" de Marcos 4:38, etc.).

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.  Mateus morreu por ordem do rei Hirtaco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.

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